May 15, 2020
Bruna
Rezende

Como aplicar Ágil em vários projetos dinâmicos

Nos projetos da consultoria da Sensedia temos a liberdade para aplicar o que julgamos mais viável, então vou contar um pouco da experiência que tenho com os projetos em que atuo.Sempre prezamos muito por aplicar agilidade em nossos processos. Existem várias metodologias ágeis praticadas no mercado de trabalho, como Scrum, Kanban, XP, etc. Atualmente, utilizo nos projetos o sistema puxado de atividades conhecido como Kanban. Temos um fluxo com uma boa maturidade, o que implica em poucas atividades paradas em fila e boa fluidez.

Mas afinal, o que é o Kanban?

O Kanban se encaixa muito bem no nosso cenário, no qual precisamos de flexibilidade, pois a equipe está disponível para diversos clientes e/ou projetos e cada cliente/projeto segue uma metodologia/prática própria diferente. A estratégia utilizada é identificar a metodologia utilizada pelo cliente, qual sprint ele está atuando e nos adaptamos dentro do Kanban para atender às necessidades, atividades e datas, independente de qual processo estejam seguindo. De certa maneira, acabamos abstraindo a metodologia que ele utiliza. Temos obtido bons resultados, medidos pela satisfação dos clientes e a conquista de novos contratos.

Como aplicados essa metodologia no nosso trabalho?

Falando um pouco mais sobre como é o nosso processo de trabalho, trabalhamos com um upstream focado, para cada projeto sabemos quais são os próximos itens a serem trabalhados, temos também um DoR (Definition of Ready) e só inserimos uma estória ou atividade no downstream quando estas atendem ao DoR. O DoR é importante para que o time trabalhe as atividades de forma clara e com todas as definições das atividades bem entendidas. No upstream temos o rito de refinamento junto ao cliente, onde este explica o seu desejo, como que determinada estória irá gerar valor para a solução como um todo, para, a partir daí, fazermos o estudo técnico para entendermos como podemos alcançar o seu valor. Depois de várias idas e vindas de dúvidas e esclarecimentos, definimos uma solução. Em muitas situações temos mais de uma reunião de refinamento para fechar os detalhes. Então, planejamos quando essa(s) atividade(s) precisam entrar na nossa esteira de downstream. Um ponto importante que vale a pena ressaltar é entender o timing do cliente, pois algo que hoje tenha muito valor para ele, caso demore para ser entregue, pode não agregar o mesmo valor para o negócio e nem faça mais sentido para ele. Por isso, é importante estarmos sempre atentos às necessidades do cliente e uma dica aqui é conversar com os stakeholders para entender o que se busca para o negócio com a solução proposta. Assim, é possível identificarmos e ajudá-los a definir a “entrega mínima viável” que gere o valor desejado sem perder o time-to-market.Uma vez que as atividades levantadas estão de acordo com o DoR, marcamos uma reunião de replenishment com o time para que possamos revisitar os itens que precisam ser entregues e discutirmos sobre os detalhe finais. A partir desse ponto o item está em downstream e será desenvolvido e testado, para então ser liberado para homologação do cliente.Na esteira de downstream temos um desenvolvimento feito por uma equipe que já entendeu na reunião de replanishment o que precisa ser feito e tem total liberdade para dividir as atividades entre os membros do time. Aqui vale ressaltar que liberdade e transparência são muito importantes, então o time tem liberdade para escolher como precisa ser feito, qual atividade pegar primeiro, etc. Deixamos claro as metas que precisam ser atingidas para o time e sempre checando nas dailys caso algo precise ser replanejado ou não está andando conforme previsto. Após a aprovação pela qualidade, o item é liberado para que o cliente possa homologar. Nesse ponto ficamos aguardando a homologação do cliente e caso precise de algum ajuste nessa demanda entregue, ela entra na nossa esteira de upstream ->replanishment ->downstream com velocidade, rapidez e sem burocracia. Quando o cliente aprova a demanda e libera a subida em produção, já seguimos com o item para produção e finalizamos a demanda com sucesso!

Para deixar todo o processo alinhado

Vale ressaltar que estamos começando a tratar as dailys cada vez mais como reuniões táticas do time, não pensando em status report, mas sim pensando em o que precisamos resolver e/ou adaptar para atingir nosso objetivo com essas atividades. Entendemos que os status das atividades já estão na nossa ferramenta de gerenciamento de atividades (utilizamos o Jira) e o board é claro suficiente e sempre atualizado para que possamos verificar o andamento das atividades.Outra reunião que acontece de tempos em tempos é a retrospectiva. Essa reunião é tratada como um momento para refletirmos sobre o que tem dado certo, o que podemos mudar e como o time pode evoluir mais ainda. Ao iniciar a reunião de retrospectiva é importante sempre levar em consideração a diretiva primária da retrospectiva, que é: “independentemente do que descobrimos, nós entendemos e realmente acreditamos que todos fizeram o melhor trabalho que poderiam, dado o que era conhecido na época, suas habilidades e competências, os recursos disponíveis, bem como a situação em questão”. Assim, estamos sempre focando na melhoria contínua. Para iniciar a reunião de retrospectiva acho interessante começar com alguma dinâmica de descontração. Existem vários exemplos, procuro mudar sempre que possível, mas focando na integração e confiança do time. Também é possível aplicar uma dinâmica mais profunda, pensando em como atuar como time e buscar a evolução como equipe. Após a dinâmica conversamos um pouco sobre as métricas levantadas dos projetos, como, por exemplo, falamos sobre os gráficos de CFD, throughput, flow efficiency e cycle time. Após isso, conversamos sobre os pontos de melhoria, o que está dando certo, ações que podem ser adotadas e quem vai fazer cada uma delas (time ou alguma pessoa específica). Essa é a visão geral das práticas ágeis que utilizo nos projetos em que atuo e que tem funcionado conosco, mas claro que sempre buscamos evoluções e melhorias para aperfeiçoar.

Como aplicar Ágil em vários projetos dinâmicos

Obrigado pela leitura!

Voltar ao arquivo