A tecnologia é uma grande fonte de soluções para tornar a vida das pessoas mais simples e confortáveis.Em um mundo feito para quem vê e ouve com perfeição, a vida de deficientes pode ser um pouco mais difícil. E sabemos que seus outros sentidos são muito mais apurados do que a média!Mesmo assim, a tecnologia também se torna uma baita ferramenta para quem possui alguma necessidade especial. Até quando o tema é usar o celular ou sua rede social favorita, uma boa dose de tecnologia pode ser o diferencial.Mas hoje, quais são as opções sociais para esse público?Talvez não muitas, mas aos poucos, vamos avançando: Mark Zuckerberg já declarou que quer levar a Internet (e, é claro, o Facebook) para todos, até 2020.Como ele pretende fazer isso? Com uma API que torne aplicativos acessíveis quando antes não era possível!Além disso, nesse post também vou falar de um novo hardware que irá trazer as telas de smartphone para o Braille.Vamos conferir.
A nova API de acessibilidade do Facebook foi lançada em novembro de 2015, com o objetivo de permitir que qualquer pessoa possa usar os produtos e aplicações relacionadas ao Facebook.Essa estratégia vai ao encontro do que se busca com a maioria das APIs sociais: expandir seu público, e engaja-lo com a plataforma, não se limitando ao site da rede social, mas também à botões de compartilhamento, jogos (e outras opções interativas) e também, em soluções de facilidade de acesso.(Veja 5 motivos para ter uma API no seu negócio)Tornar a API acessível para deficientes visuais, por exemplo, é um caminho que parece natural, adequando-se a essa estratégia.Outra forma de enfatizar essa estratégia é tornar a API simples de usar.Para fazer isso, o Facebook baseou a sua API em um framework comum a aplicações de acessibilidade já disponíveis para outras plataformas, reduzindo a curva de aprendizado necessária para usar a API e permitindo que os devs adicionem funcionalidades aos seus apps.
É uma opção para que os devs consigam criar aplicativos com maior acessibilidade a usuários especiais. A novidade foi divulgada no dia 23 de novembro de 2015, adaptada ao framework Javascript front-end React Native.É a API que vem sendo usada pelo próprio Facebook para desenhar sua plataforma, já incluída no sistema de Ads (anúncios), por exemplo.A documentação dessa API está disponível no Github do Facebook.Agora com este upgrade na API, todo um conjunto de classes podem dar origem a programas mais específicos para este público na plataforma da rede social.A ideia do sistema consiste em permitir que, no momento em que um usuário se conecta a seu smartphone, os componentes do aplicativo consigam se comunicar com as propriedades e funcionalidades do aparelho para identificar funções de acessibilidade e compatibilidade.Se for o caso de o equipamento ter algum sistema próprio para a acessibilidade, como o de voz gravada, iniciar esta interação automaticamente, passando a ditar o que está na tela para o usuário.Assim, os chamados wrappers (objetos em programação que permitem alterar a interface de determinado programa interferindo em outros objetos que ele contenha) são capazes de integrar funcionalidades dos aparelhos usados com as opções das aplicações acessíveis.Isso ocorre no Talkback (Talkdroid, no caso do Android) e Voice Over, para sistemas operacionais iOS (iPhones, iPod touch) da Apple.A imagem a seguir mostra o que um aplicativo de acessibilidade leria para o usuário no iOS:
Essa imagem, vinda da Documentação da API, mostra no quadro Accessibility Inspector um texto e uma ação possível (clicar duas vezes para ligar a configuração).Por meio do uso da API, desde que o sistema operacional tenha os recursos necessários, ocorre uma integração simples e imediata entre o Facebook e programas de leitura, por exemplo.Podem ser usados leitores (físicos) de Braille também, beneficiando pessoas com deficiência e que, sem esta possibilidade, teriam muito mais dificuldade em interagir por tal rede social.Com estas mudanças, elas se tornam inclusas neste universo também.
Se você pensa que atualizar seu status do Facebook pode não estar muito perto das principais prioridades de qualquer pessoa, inclusive das deficientes, talvez tenha uma certa razão.Mas além de reduzir uma barreira, deixando o uso dessa rede social muito mais abrangente e acessível, também é importante lembrar que o Facebook é uma ferramenta de trabalho para muitos (inclusive para mim!)Nesse caso, a acessibilidade é muito importante. E é claro, se uma pessoa vai atualizar ou deixar de atualizar suas redes sociais é apenas uma questão de preocupação de cada um, não é mesmo?Sendo assim, não seria ainda mais bacana se esse tipo de tecnologia acessível estivesse à disposição dos deficientes para outras plataformas?Ou ainda, que não fosse necessário ouvir o que está na tela, de forma que a privacidade do usuário também fosse preservada?A primeira vez que se pensou em um sistema de leitura e escrita "no escuro" foi na época das guerras napoleônicas, com a necessidade de comunicação entre as tropas no silêncio absoluto. Na época, tudo que se desejava era ter um sistema de troca de mensagens que não necessitasse de som ou luz para que houvesse entendimento entre as partes.O que nasce da guerra também pode ter suas aplicações na paz! E depois de muitas evoluções e padronizações, hoje temos o sistema aperfeiçoado por Louis Braille, em 1905.Se você nunca viu um texto em Braille, uma noção básica é que cada letra é composta por uma matriz 3x2, ou seja, um total de seis pontos possíveis, dispostos em 3 linhas e 2 colunas. Veja:
Desde a sua invenção, a maior dificuldade sempre foi o custo nos dispositivos que imprimem texto em Braille. Isso porque é necessário usar impressoras especiais, em um papel que não perderá o relevo. Manter livros escritos em Braille também é uma dificuldade, pois podem ser muito maiores que os originais.Pulando para o fim do século XX e início do XXI, começaram a ser propostos e inventados displays atualizáveis em Braille, que usam pequenos pistões para mostrar os caracteres, de forma que qualquer texto pode ser escrito e reescrito.
Porém, esses aparelhos não são simples de fazer, e é claro, não são baratos.Não seria incrível e maravilhoso se houvesse algo simples, portátil, e custando uma fração do que os outros custam?Estamos chegando lá!No vídeo abaixo (em inglês, 6 minutos), vemos um pouquinho do protótipo Dot, uma espécie de Smartwatch, que recebe os textos e usa pequenos pistões para mostrar alguns caracteres em Braille de cada vez!
Apesar de ser muito mais barato e acessível, esse dispositivo tem a desvantagens de mostrar apenas 4 letras de cada vez, o que tornaria a leitura muito pouco fluída. Ainda assim, vejo um belo futuro no que tange as tecnologias para pessoas deficientes.E é claro, ele se integra à smartphones Android e iOS, o que amarra toda a discussão até aqui.Espero que você tenha gostado do texto, e que tenha vislumbrado um pouco do que vem por aí em termos de acessibilidade!Se quiser receber nossos conteúdos, siga-nos nas nossas redes sociais, ou se inscreva em nossa newsletter! Mais de 8 mil pessoas já estão recebendo nossos conteúdos:[contact-form-7 id="1069" title="Home-newsletter"]